Ninguém educa ninguém. Ninguém educa a si mesmo. Os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. Ao completar 20 de sua morte, o que podemos refletir soba a vida e obra de Paulo Freire?
Na Esquina do Pensamento de hoje eu gostaria de conversar com você sobre Paulo Freire. No dia 02/05/2021, completará 24 do seu falecimento e me parece ser importante relembra um pouco da sua história, principalmente quando percebemos debates bem acalorados a respeito do seu legado, de suas ideias e de sua vida.
É interessante perceber que mesmo sendo bem reconhecido no Brasil, Paulo Freire tem uma visibilidade muito maior no cenário internacional. Freire recebeu 27 títulos de Doutro Honoris Causa em Universidades de diversos continentes pelo mundo afora. Em 2016, fizeram um levantamento que coletou mais de um milhão de programas de estudos nas universidades de língua inglesa no mundo. O único livro brasileiro que aparece na lista dos 100 primeiros é o Pedagogia do Oprimido, que foi traduzido em mais de 40 línguas. No mesmo ano de 2016, um outro levantamento constatou que o Freire era o terceiro autor mais citado no mundo. Foram 72.359 citações em outros trabalhos.
Apesar de ser muito reconhecido, Paulo Freire não é unanimidade entre todos os educadores. Tenho alguns colegas professores que dizem que sua prática educativa não é efetiva e está longe ser aplicável na prática. Muitos, também, condenam Freire por um fortalecimento do que é chamado de “síndrome do coitadismo”, onde se colocaria o outro, ou o aluno, como uma vítima perpetua, um coitado que precisa constantemente de ajuda. E talvez, pelo fato de ter sido eleito como patrono da educação brasileira em um momento político bem polarizado, ele tenha se tornado alvo e munição para uma questão que não está vinculada de fato à educação, mas sim à política.
Já ouvi pessoas dizendo que a educação brasileira não presta por causa de Paulo Freire e que a sua obra não vale nada. Sobre esse assunto, a minha posição é a seguinte: hoje vivemos em um tempo em que todo mundo acha que pode dar opinião sobre um tema mesmo sem conhecer muito sobre o assunto.
Eu acho que a obra de Paulo Freire tem problemas como qualquer outra e é claro que ela não se apresenta como a panaceia para todos os males da educação. Mas eu também acho que tem que se ter muita bala na agulha para chegar e falar que Paulo Freire não presta. No mínimo, tem que ter lido todas as suas obras, estudado por uns 10 anos as consequências das suas ideias para depois, com muito respeito, chegar e falar: entendi, mas não concordo. Ou, simplesmente, fazer algo melhor!
Um grande abraço!
Autor: Leonardo Humberto Soares
Doutor e Mestre em Educação pela Universidade Católica de Brasília; Especialista em Educação a Distância, Gestão Empresarial e Desenvolvimento de Software Livre. Graduado em História e com experiência profissional em análise de sistemas. Professor no Ensino Superior há mais de 15 anos; Professor da cadeira de TI da pós-graduação lato sensu em Gestão Empresarial (UniCEUB). Membro participante do Grupo de Pesquisa “Cartografias dos Territórios de Aprendizagem”, financiado pelo CNPQ; Membro fundador do projeto “Esquina do Pensamento” e do "Projeto Colaborar". Assessor Pleno da frente de gestão da União Marista do Brasil. Autor de artigos e publicações sobre educação.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5255478428345110
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